sexta-feira, 18 de março de 2022

Resenha: Transformers Cyberverse - Coragem e Animação!

 


Quando a série Cyberverse foi anunciada em 2018, ela tinha grande desafio pela frente: tirar a má impressão deixada pela animação anterior Robots in Disguise 2015 (um desenho com humor demais, ação de menos e uma linha de brinquedos pouco inspirada) e superar o estigma de série "muito infantil" que surgiu assim que noticiaram sua produção. Entretanto, quando finalmente foi ao ar, qualquer má impressão caiu por terra.

A inovação de Cyberverse começou com uma forma inédita de distribuição: além da exibição no canal Cartoon Network e Netflix,  a Hasbro disponibilizou a animação oficialmente do Youtube, totalmente gratuita e com dublagem em vários idiomas, ou seja, você pode assistir a todos os episódios sem assinar tv a cabo ou serviço de stremaing.



Além disso, reduzir a duração dos episódios para 10 minutos foi uma decisão muito acertada, pois ao se adaptar  à "geração Youtube", tornou cada história muito mais dinâmica, os roteiros são mais enxutos. Assim, existem momentos de humor, mas são curtos e rapidamente substituídos pela ação.

O design dos personagens melhorou muito, bem mais agradáveis que da série anterior, com um CG imitando animação 2D, com uma movimentação bem mais ágil. 

Mas o que me mais surpreendeu foi a evolução do roteiro, dos rumos que a história foi tomando. O que na primeira temporada indicava que a série seria sobre "As aventuras de Bumblebee e Windblade na Terra", foi sendo mais desenvolvida, acrescentando cada vez mais as personagens e, principalmente, dando espaço os coadjuvantes. Os Seekers, por exemplo, aqui não são apenas uma equipe de Decepticons, são uma categoria da civilização cybertroniana (que inclusive sofre discriminação). Também abriu espaço para apresentar novas personagens e suas histórias (fique atento principalmente a Shadow Striker e Clobber). Claro que Optimus e Megatron tem participação importante no decorrer da história, mas a série tem o cuidado de possibilitar que os outros robôs se destaquem, inclusive um certo Decepticon no final da série vai se tornar mais querido do que já é. 😉 Outra sacada genial foi apresentar que alguns Transformers fazem parte da fauna cybertroniana.




Outro detalhe interessante é que, no decorrer das temporadas, a animação deixou claro que mudou sua proposta inicial: durante os episódios, e claro, dentro do contexto de uma série animada deste tipo, junto com os momentos de humor temos muitos socos, tiros, torturas e... mortes! Sim, vários personagens perdem a vida. De forma definitiva.

E provou, mais uma vez, que a melhor forma de se fazer uma série de Transformers é sem humanos.

No quesito fanservice, Cyberverse é um prato cheio. Ela traz várias referências de personagens e elementos de séries anteriores, como o Allspark, Vector Sigma, Enigma da Combinação, o filme animado de 1986 e até conceitos de outras franquias, como a cinessérie Matrix.


Muito mais do que outros desenhos de Transformers, esta série não deixa nenhuma ponta solta para continuações: temos toda a história da Guerra de Cybertron contava do início ao fim.

OS DINOBOTS EM CYBERVERSE

Outra grande boa surpresa foi como a série tratou nossos queridos Dinobots. Nas três primeiras temporadas Grimlock participou ativamente, com uma nova personalidade que se alternava entre o racional e o selvagem quando se transformava. Misturando elementos do desenho G1 e dos quadrinhos da Marvel, ele teve sua origem ligada ao passado da Terra e também já tinha um passado de guerreiro e explorador. 



Mas o mais surpreendente foi guardado para o final, quando na última temporada (que teve apenas dois especiais de 44 minutos cada), o restante da equipe foi reunida numa aventura dedicada a eles! No episódio Os Imobilizadores:


Nesta história Slug, Snarl, Sludge e Swoop tem uma nova origem, e pela primeira vez numa série animada vemos Grimlock realmente como um líder, e como ele inspira respeito ao resto do grupo. Os Dinobots tem a oportunidade de desenvolver seu espírito de equipe, inclusive com a participação de um certo combiner. E ainda a série cunhou para a equipe o seu primeiro lema: "Ficaremos juntos frente à catástrofe, com coragem e muita animação!"



Com tantas qualidades, e se tratando de algo criado por uma empresa de brinquedos, era de se esperar uma linha estivesse à altura, não é mesmo? Mas infelizmente a Hasbro, pelo visto, subestimou o potencial de Cyberverse conquistar o público mais velho e lançou apenas produtos mais simples, com poucas articulações e cheios de partes automáticas, os chamados gimmicks. Foram lançados poucos modelos mais fiéis à animação no formato deluxe tradicional. Uma pena, pois a série nos faz gostar dos personagens e querê-los nas nossas prateleiras.


Em resumo, Cyberverse merece ser conferida por ter sido uma série que surgiu sem grande alarde, sofreu com desconfiança no início, mas soube evoluir e se reinventar, e esperamos que o tempo faça justiça a essa animação e seja valorizada no futuro, mas que a Ilha já considera uma das melhores da franquia nos últimos anos.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Os Dinobots liberam sua besta interior em THE BEAST WITHIN!

Desde a G1, o conceito dos Combiners (equipes de robôs que juntavam num robô maior) sempre fascinou os fãs da franquia Transformers. Mas um tema a respeito disso sempre dividiu opiniões: os Dinobots deveriam formar um Combiner? Com o passar dos anos, os que são a favor sempre criaram várias artes ou brinquedos customizados, tentando imaginar como seria um robô gigante formado por esses personagens. 

A primeira representação de um Combiner Dinobot que poderíamos chamar de "oficial" é cercada de controvérsias: em 2004, para o lançamento da série G1 em DVD no Reino Unido, a Editora Metrodome publicou uma mini história em quadrinhos chamada The Beast Within, com roteiro de Darren Jamieson e arte de Dylan Gibson. Era um enredo independente, que não seguia a cronologia das revistas regulares da franquia publicadas na época. Com o passar dos anos, foi criticada pelos fãs pela violência excessiva, e por mostrar um processo de "combinação" doloroso e incontrolável, que dá ao quadrinho um tom de um conto de terror.

Mesmo tendo sido aprovada pela Hasbro, posteriormente a empresa não considerava essa HQ canônica, e só abraçou oficialmente o conceito de Dinobot Combiner na linha Power of The Primes, de 2017.

Apesar da repercussão negativa e pelo fato de nunca ter sido republicada, ainda hoje os fãs procuram por scans desse capítulo curioso da história dos Transformers. E agora você pode conferir e tirar suas próprias conclusões. A Ilha traz, pela primeira vez, a história na íntegra traduzida em português!

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